
Crescendo com os pés no chão,
Já não vejo mais a sola do chinelo.
Seria a sola do pé, para onde foi?
Vulnerável ao solo gasto pelo o tempo
E com os detritos de cada dia
Acho que esqueci de alguma coisa...
Quantas vezes já apagou alguma história?
Valores condicionais, valores casuais, valores emocionais
Valores e valores... A conta quem é que paga?
Quando o trabalho não sustenta
E a angustia só aumenta...
Os horários os extras de nada valem
Contamos por demais com as mascaras
Para cada situação para cada hora cada parte do dia
Mais o próprio rosto cheio de verdades mal contadas
Ao espelho de fora para dentro, quando poderia limpar tudo
De dentro para fora, nos poluímos gastando o melhor
Em futilidade dia após dia.
Gostaria de entender um pouco mais, não saber demais
Entre apegos e desapegos, amor e duelos
Cinto a vida em uma janela de ônibus
Onde escuto o trânsito, luzes, o vendedor de água
A moça ao lado sem sono com cara de sono
O cansaço de um dia, o suor de alguns anos
A fúria em motor ao acelerar, o grito dos olhos nas buzinas
Em fúria o mundo vive e aqui estou um tanto calado
Observando, voltando de uma longa viagem.
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