sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Pela Janela"


Crescendo com os pés no chão,
Já não vejo mais a sola do chinelo.
Seria a sola do pé, para onde foi?
Vulnerável ao solo gasto pelo o tempo
E com os detritos de cada dia
Acho que esqueci de alguma coisa...
Quantas vezes já apagou alguma história?
Valores condicionais, valores casuais, valores emocionais
Valores e valores... A conta quem é que paga?
Quando o trabalho não sustenta
E a angustia só aumenta...
Os horários os extras de nada valem
Contamos por demais com as mascaras
Para cada situação para cada hora cada parte do dia
Mais o próprio rosto cheio de verdades mal contadas
Ao espelho de fora para dentro, quando poderia limpar tudo
De dentro para fora, nos poluímos gastando o melhor
Em futilidade dia após dia.

Gostaria de entender um pouco mais, não saber demais
Entre apegos e desapegos, amor e duelos
Cinto a vida em uma janela de ônibus
Onde escuto o trânsito, luzes, o vendedor de água
A moça ao lado sem sono com cara de sono
O cansaço de um dia, o suor de alguns anos
A fúria em motor ao acelerar, o grito dos olhos nas buzinas
Em fúria o mundo vive e aqui estou um tanto calado
Observando, voltando de uma longa viagem.

...

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

"Disposição"


Compilação de uma vida
Oriunda de outros meios de outros fatos
Fato que acaba no sono.
De um dia para o outro venho me livrando das antigas chagas
Ganho um novo lance, seria esse o leilão da vida para vida?
As velhas histórias adolescentes em tempo real
Real no sentido mais adiante.
Cuspiu poças com palavras...
Pejorativas, críticas um tanto cínicas... Desculpas para outro dia!
Vejo o perfeito distorcido emaranhado em pontos perdidos
Imperfeito, deslocado por um momento vazio
Momentos de reflexões.

sábado, 8 de agosto de 2009

"O odnum moc remiehzla"


Sopro que deixei escapulir
Templo dentro da incubadora dos sonhos
Tempo para Formular a si mesmo.
Jaula que poderia manter o leão apaziguado, já voraz.
Ser digno da própria fala para alcançar a tal graça
Engraçado como vamos devorando
Divagar, bem devagar
Ameaçar sonhos, ameaçar amores, ameaça de morte.
Amamentamos comboios em pedaços
Damos luz sem ter um pingo no “i”
A cabeça que não aflora.
Acho que me perdi na tinta, onde antes estava a compor um horizonte
Vida parte de um grão da sorte
Vamos devorando o próprio rabo sem saber se recompor
Assim era à roda da vida antes do Alzheimer.
Vou me abster para emergir
Em tempo mais tardio, porem antes que as veias se apodreçam
Antes que a raiz solte o solo.
Antes de esquecer-se de mim
Para não esquecer de você...
Vida.